LIBERDADE DO NEGRO
Genha
Auga – Jornalista MTB: 15.320
Arrancados de
sua terra natal, aqui foram escravizados, viveram em condições desumanas;
amontoados em senzalas e sem condições de higiene, com alimentação precária,
eram vendidos e submetidos aos trabalhos mais pesados.
Sem direito de
praticar rituais, festas e a arte da capoeira, foram obrigados a seguir o
catolicismo e abandonar sua religião. Massacrados e assustados, fugiam para os
quilombos nas florestas tentando se libertar, mas eram perseguidos e
acorrentados nos pelourinhos onde sofriam castigos físicos e açoitados como
animais.
A vida inteira,
submetidos à força, aprenderam os hábitos do homem branco e quando já velhos
doentes e enfraquecidos, sem condições de produzir com o mesmo vigor, continuavam
a trabalhar sem receber nada, até que, falsamente, foram libertados pela lei do
sexagenário que mais favoreceu aos proprietários que lhes roubaram a vida e a
dignidade.
Nas mazelas da
escravidão e na voz de intelectuais, nasceu o movimento abolicionista que
embora mais por questões políticas do que humanas e pela necessidade de
reconstruir um Brasil recém-independente, surgiu o pensamento de unir as raças
pela liberdade.
Aos treze de
maio de 1988 a Princesa Izabel assinou a Lei Áurea que libertou os Escravos.
Abolidos,
sobreviveram e resistiram por séculos afora com a crueldade de uma nova
realidade: a discriminação racial.
Lutando contra a
desigualdade e pelos seus direitos de cidadania, nunca foram inseridos no
mercado e na educação, ocuparam sempre cargos inferiores e trabalhos informais
concorrendo com a força do homem branco.
Recuperada suas
tradições, vivemos atualmente em uma sociedade de cultura afro-brasileira,
graças a esses homens que interagindo no meio social em prol de sua raça, são
parte integral da vida nacional e agentes de muita importância a quem devemos
nossas conquistas e progresso.
O negro luta por
um tratamento digno e justo e, pela falta de consciência que ainda se assola em
nosso país, ainda sofre a exclusão. A que liberdade devemos então
comemorar? Não comemore. Lamente!
Faça nessa data
uma reflexão e toque na pele do negro, sinta orgulho dessa miscigenação que
originou a beleza do povo brasileiro, mas, que nega seu irmão por sua cor.
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